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Jornada Bíblica - Gênesis 42: Comentário Auxiliar

Texto Bíblico: Gênesis 42
Certamente estamos sendo punidos pelo que fizemos a nosso irmão. Vimos como ele estava angustiado, quando nos implorava por sua vida, mas não lhe demos ouvidos; por isso nos sobreveio esta angústia". (Gn 42:21)
Comentário Auxiliar:
No capítulo de hoje vemos que a fome e o desânimo haviam atingido a família de Jacó, mas o idoso pai continuava a frente dos cuidados com a família. Foi dele a atitude de sair ao Egito para buscar alimento. Foi dele também a decisão de não enviar o seu filho mais novo na caravana por receio de que algo lhe acontecesse pelo caminho. Os demais filhos foram juntos como uma forma de proteção. Era grande o risco de que encontrassem saqueadores ou animais selvagens famintos pelo caminho.

"José era o governador do Egito e era ele que vendia trigo a todo o povo da terra. Por isso, quando os irmãos de José chegaram, curvaram-se diante dele, rosto em terra." (Gn 42:6). "Lembrou-se então dos sonhos que tivera a respeito deles." (Gn 42:9). José, então, agiu como um desconhecido em relação aos seus irmãos, mas demonstrou especial interessem em seu irmão mais novo. É possível que sua intenção fosse saber se ele também era vítima do ódio de seus irmãos. Por este motivo decidiu testá-los.

José exigiu que seu irmão mais novo fosse levado até ele retendo Simeão até que eles voltassem. Ele supriu seus irmãos com o alimento necessário, mas não aceitou o pagamento pelo suprimento. Eles relataram os acontecimentos ao seu velho pai, "mas o pai respondeu: "Meu filho não descerá com vocês; seu irmão está morto, e ele é o único que resta. Se qualquer mal lhe acontecer na viagem que estão por fazer, vocês farão estes meus cabelos brancos descerem à sepultura com tristeza"(Gn 42:38). A forte reação de Jacó também foi uma acusação a martelar na consciência dos culpados. Eles haviam provocado uma tristeza mortal em seu velho pai que, agora, precisava reviver toda dor do passado diante da possibilidade de perder o seu outro filho e ficar sem qualquer descendente da parte de Raquel.

Um importante ensinamento que podemos tirar desta história está no fato de que o passado não resolvido volta para nos assombrar. Os irmãos de José foram obrigados pelas circunstâncias a irem ao encontro de seu irmão. No entanto, o mais traumático para eles não foi exatamente o encontro, mas o que havia dentro deles. Eles disseram: "certamente estamos sendo punidos pelo que fizemos a nosso irmão." (Gn 42:21). A angústia de José ao ser vendido estava vívida em suas lembranças e eles não haviam superado a culpa, mas viviam perseguidos pelo medo das consequências de seus atos. Em seguida as mútuas acusações demonstram que este assunto, apesar dos anos, continuava vivo entre eles. Tanto o medo dos irmãos como o choro de José demonstram que o tempo sozinho não pode curar os males da culpa. Quantas pessoas vivem reféns do seu passado por que não conhecem o poder curativo do perdão!

Em breve nós também estaremos frente a frente com o nosso irmão Jesus. Ele também foi vendido "Ele foi transpassado por causa das nossas transgressões" (Is 53:50) e foi morto por nossas iniquidades, mas hoje está no trono do universo. Ele quer que você vá até Ele para que possa receber perdão. Você leva ressentimentos ou culpa do passado? Eis o convite de Jesus: "Venham a mim, todos os que estão cansados e sobrecarregados, e eu lhes darei descanso." (Mt 11:28)

Leia os comentários dos capítulos anteriores clicando aqui.


Esboço da leitura:


1. Jacó enviou seus filhos ao Egito para comprar alimentos, sem saber que José era o governador.
2. José reconheceu seus irmãos, mas manteve segredo sobre sua identidade.
3.Ele testou seus irmãos, acusando-os de espionagem e prendendo Simeão.
Pontos para reflexão:
a. Cheios de culpa, os irmãos disseram entre si: "Na verdade, estamos sendo castigados por causa de nosso irmão, pois vimos a angústia de sua alma, quando nos pedia, e não lhe demos ouvidos; por isso, nos sobrevém agora esta ansiedade." (Gênesis 42:21). Depois de tantos anos, eles ainda estavam assombrados pela culpa. Como lidar com este sentimento? A confissão e o perdão de Deus podem curar a culpa e o medo?
b. José optou por testar seus irmãos para saber se eles ainda eram maldosos. É prudente observar alguém que nos feriu para saber se realmente houve mudança antes de restabelecer uma relação?
c. José foi prudente, mas não vingativo. Você já sentiu desejo de vingança? Por que confiar na justiça de Deus é sempre a melhor opção?