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Jornada Bíblica - Levíticos 20: Comentário Auxiliar

Texto Bíblico: Levítico 20
Se alguém amaldiçoar seu pai ou sua mãe, terá que ser executado. Por ter amaldiçoado o seu pai ou a sua mãe, merece a morte. (Lv 20:9)
Comentário auxiliar:
Este capítulo, ao ser lido fora do seu contexto, parece duro. Muitos julgam que, por exigir a morte dos transgressores, Deus é cruel e intolerante. Outros dizem que o Deus do antigo testamento é um Deus cruel enquanto que Jesus é só paz e amor. No entanto, devemos nos lembrar que as punições apresentadas aqui aparecem depois de 19 capítulos contendo longas listas onde, para cada pecado ou falta cometida por um indivíduo, pelo sacerdote ou pelo povo, havia um tipo de sacrifício especificado. Assim, antes da punição definitiva, a graça foi relatada de forma detalhada.

As práticas sobre as quais Deus estava advertindo neste capítulo levaram todas aquelas nações à ruína a ponto de que, em muitas delas, não se poderia encontrar uma pessoa se que disposta a abandonar a prática de homicídio e de outras violências, mas Deus não queria esse mesmo destino para o Seu povo. Ele desejava mantê-los puros e, para isso, o mal deveria ser eliminado antes mesmo de se proliferar.

A pena de morte é uma pena dura de ser aplicada e a leitura deste capítulo não é agradável e nem deve ser. A mensagem deve ser clara: O pecado causa a morte. No entanto, devemos nos lembrar que a pena só seria aplicada aos que se recusassem definitivamente a abandonar a prática do mal. Diante de tantas advertências o culpado ainda passaria por um processo onde poderia confessar sua falha diante de Deus (Js 7:16-26). Somente depois de todo o processo a pena era aplicada.

O texto que nós lemos hoje, bem como outros textos similares encontrados nas escrituras, jamais devem ser usados para defender a pena de morte como punição atualmente. É importantíssimo considerar que este capítulo foi escrito em um contexto onde o próprio Deus se manifestava ao homem. Juízes meramente humanos não podem ver o que Deus vê. Deus não se corrompe nem avalia meramente pela aparência como os seres humanos. Ele conhece o futuro e sabe até o que passa em nossa mente. Como um ser humano poderia avaliar todas esta coisas antes de determinar a pena capital?

Assim como o pecado poderia causar consequências avassaladoras à nação de Israel e, por isso, precisava ser eliminado, também precisa ser eliminado das nossas vidas. Para os que pensam que o Novo Testamento é mais tolerante com o pecado, Paulo nos lembra que o salário do pecado ainda é a morte (Rm 6:23). A morte é uma consequência natural do pecado que nos afasta de Deus (Is 59:2). Não podemos notar o poder destrutivo do pecado até que a amizade acabe ou o casamento seja destruído e os filhos sofram as consequências por muitos anos. 

Jesus foi o único que sentiu na pele a consequência máxima do nosso pecado. "Ele foi oprimido e afligido, contudo não abriu a sua boca; como um cordeiro foi levado para o matadouro, e como uma ovelha que diante de seus tosquiadores fica calada, ele não abriu a sua boca" (Is 53:7). Como alguém poderia suportar tanta dor sem reclamar? Mas houve algo mais insuportável do que a dor física. Então Ele disse: "Meu Deus! Meu Deus! Por que me abandonaste?" (Mt 27:46). Não foi o desprezo, o açoite ou a cruz que causaram a dor insuportável no nosso Senhor, mas a separação do Pai causada por nossos pecados.

Que tal orarmos hoje para que possamos sentir o mesmo que Jesus sentiu? Se sentíssemos a dolorosa separação causada pelo pecado como Jesus sentiu, clamaríamos pelo Pai como Ele clamou.

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